UNITA acusa Governo angolano de gastar 17 milhões de euros no jogo Angola-Argentina para "distrair o povo angolano”. Balanço social do país "é vergonhosamente negativo", diz deputada do principal partido da oposição.
A seleção da Argentina, campeã do mundo em futebol, vai defrontar Angola em jogo particular no âmbito das comemorações dos 50 anos da independência de AngolaFoto: Buda Mendes/Getty Images
A União Nacional para a Independência de Angola (UNITA) acusou o Governo angolano de gastar 17,7 milhões de euros para "distrair o povo angolano" com o jogo de futebol contra a Argentina no Estádio 11 de novembro, em Luanda, enquanto "milhares de crianças morrem diariamente de fome".
Aludindo às celebrações dos 62 anos da proclamação da União Africana, que se assinala no dia 25 de maio, Dia de África, o grupo parlamentar do maior partido na oposição considerou hoje (21.05) que o sonho dos pan-africanistas sobre soberania política, económica, social e cultural "desvaneceu-se no firmamento".
"Infelizmente, em pleno século 21, África vive uma crise profunda de liderança [...]", lamentou Albertina Ngolo. "África clama por uma nova visão, uma nova forma de servir os seus países, os seus povos, as suas gentes com princípios que priorizem a valorização e dignidade da pessoa humana, liberdade, igualdade e justiça social", afirmou a vice-presidente do grupo parlamentar da UNITA, Albertina Ngolo.
A este propósito apontou Angola, que celebra 50 anos de independência este ano, efeméride que o Governo vai assinalar gastando "mais de 17,7 milhões de euros em viagens, alojamentos, seguros, prémios, segurança e outras despesas, com o objetivo de distrair o povo" com o jogo de futebol entre as seleções de Angola e da Argentina, mas ainda sem data.
Enquanto isto, "milhares de crianças angolanas continuam a morrer todos os dias, vítimas da fome, cólera, malária, desnutrição, falta de água, saneamento básico e higiene", criticou, ao apresentar a declaração política do seu partido esta quarta-feira (21.05) no Parlamento.
As contradições do Governo
Os adultos "também, estão a morrer de fome, hipertensão, tumores, malária, doenças respiratórias, cancro e diabetes", referiu, acrescentando que "mais de 40% dos adultos morre de doenças cardiovasculares por causa dos corações e vasos sanguíneos sufocados e desgastados pelos problemas da vida e pela má governação."
0 Comentários