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Singapura: partido no poder há 66 anos à beira de mais uma vitória

O primeiro-ministro de Singapura e secretário-geral do Partido de Ação Popular,  Lawrence Wong, tira selfies com apoiantes durante a campanha.

                         

Há oposição, mas eleitores não parecem querem mudar o que está a correr bem. Ninguém duvida que Partido de Ação Popular vai vencer no sábado, resta ver com que números.

O Partido de Ação Popular (PAP) está no poder em Singapura desde 1959, governando desde ainda antes da independência do país da Malásia (em 1965). E este sábado, 3 de maio, deverá conquistar a 14.ª vitória nas eleições gerais.

Uma derrota seria a maior surpresa na história do país, tendo em conta que os eleitores parecem não querer mudar aquilo que vai bem na cidade-estado onde vivem seis milhões de pessoas (dos quais 2,76 milhões são eleitores).

A incógnita é saber com que números irá vencer, porque isso também terá uma leitura para o futuro do primeiro-ministro Lawrence Wong - que é o quarto primeiro-ministro do PAP, mas enfrenta as primeiras eleições como líder do partido.

Nas últimas eleições, em 2020, o PAP conquistou 89% dos lugares no Parlamento, mas não foi além dos 61% do voto popular, um dos valores mais baixos. Abaixo dos 60% seria histórico.

O voto é obrigatório em Singapura e os eleitores têm que eleger 97 representantes no Parlamento, sendo que só cinco concorrem sem oposição. No total há 211 candidatos, 46% deles do PAP, o único partido que concorre em todos os lugares.

Há ainda outros dez partidos. O maior rival do PAP é o Partido dos Trabalhadores, que só concorre para conquistar 26 lugares. Tem atualmente dez, um aumento aos seis conquistados nas duas eleições anteriores. O líder é Pritam Singh, um advogado de 49 anos.

A oposição queixa-se de que as regras do jogo não são iguais para todos. Os partidos opositores têm normalmente pouco financiamento e são desconhecidos de muitos eleitores.

"Os partidos da oposição alegam que o cenário é desigual, porque normalmente enfrentam falta de recursos, menos exposição mediática e não têm um forte apoio popular", indicou à Reuters o antigo deputado do PAP Zainal Sapari.

"A principal desvantagem é a psicologia dos eleitores, uma vez que muitos ainda estão cautelosos em votar na oposição por associarem o PAP à segurança e ao sucesso. Leva tempo para mudar estas perceções", acrescentou.

Segundo os analistas ouvidos pela agência, a capacidade de resposta do partido às preocupações dos cidadãos - seja imigração, transportes ou habitação - justifica em parte o seu sucesso. Isso e os incentivos que oferece em momentos mais difíceis para calar o descontentamento.

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