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Ossufo Momade enfrenta exigência de afastamento da RENAMO


Ossufo Momade enfrenta exigência de afastamento da RENAMO

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A situação de Momade pioara, à medida em que mais de meia centena de antigos guerrilheiros da RENAMO estão acampados na sede do partido em Maputo para "forçar" a demissão do líder

O partido Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) enfrenta uma crise sem precedentes. Membros e simpatizantes estão abandonando o partido depois de anos de contestações e acusações contra o seu líder, Ossufo Momade. 

A situação de Momade parece piorar, uma vez que mais de meia centena de antigos guerrilheiros da RENAMO estão acampados na sede do partido em Maputo para "forçar" a demissão do líder, acusando-o de "má gestão" da agora terceira força parlamentar.

Em entrevista à DW África, João Machava, antigo guerrilheiro da RENAMO e membro do partido desde 1989, em representação do grupo de guerrilheiros, afirma que os guerrilheiros não vão abandonar o local antes que Momade apresente a demissão.

Em causa está a contestação à liderança de Ossufo Momade, que foi também candidato presidencial nas eleições gerais de 09 de outubro, ficando em terceiro lugar entre quatro candidatos.

Nessa mesma votação, a RENAMO ainda perdeu o histórico título de maior partido da oposição para o Podemos, passando de 60 para 28 assentos no parlamento moçambicano. Questionamos João Machava sobre o ponto de vista dos guerrilheiros e a ação de protesto contra a atual presidência da RENAMO.

João Machava (JM): Nós estamos aqui porque reivindicamos a liderança do partido. Exigimos que Ossufo Momade, como Presidente, se demita imediatamente, porque não está a ajudar o partido, está a estragá-lo. O partido já vai à falência. Um partido que foi criado com muito sofrimento. Então, nós, que sofremos muito, que temos ainda balas no corpo da criação deste partido, exigimos que ele se demita.

DW África: Na vossa opinião, não é um sucessor digno do falecido Afonso Dhlakama?

JM: Nada! Ele é um negociador, que só entrou para fazer negócio com o partido. Não queremos indivíduos que fazem negócios com o partido.

DW África: E vocês ficam aí até, de facto, o Momade se demitir, ou admitem qualquer outra saída para a situação?

JM: Nós chegámos aqui ontem, dormimos. Até hoje, ele ainda não se pronunciou. Não vamos sair daqui antes de ele se demitir.

DW África: E é só de incompetência que vocês acusam Ossufo Momade?

JM: Muita coisa: é a má gestão, o cancelamento das eleições distritais, e muitas outras coisas.

DW África: João Machava, vocês estão armados? Admitem recorrer à violência?

JM: Não, nós não estamos armados. Somos civis, mas civis desmobilizados, que já vivemos com armas, mas agora já somos civis, somos membros [da RENAMO]. Por isso, as nossas reivindicações estão dentro das delegações do partido. Nós não queremos entrar em conflitos com as autoridades policiais.

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