O Porta-voz do Livre Rui Tavares defendeu esta terrça-feira, depois da audiência com o Presidente da República no Palácio de Belém, que o partido não pode "aceitar de boa mente ou sem nada fazer aceitar que num belo dia de setembro ou outubro Portugal acorde com um mapa político como o do Algarve, o do Alentejo e em boa parte do Ribatejo", referindo-se aos círculos eleitorais onde o Chega ganhou e antecipando possíveis cenários para as eleições autárquicas, previstas para setembro.
Rui Tavares, alertando para um cenário "que seja completamente diferente do mapa que tivemos em 50 anos de democracia", que a esquerda parta "ao encontro das populações nos concelhos conde a extre-ma-direita ganhou as eleições", propondo uma reflexão emntre os partidos da esquerda, que não pode demorar muito.
Questionado sobre como pretende fazer essa reflexão e se propõe um entendimento entre os partidos da esquerda, o líder do Livre recusou apresentar "fórmulas finais", ainda que seja urgente que esse entendimento "chegue a bom porto".
Rui Tavares admitiu que o Livre não vive "nessa obsessão antiga da esquerda de dizer como é que o outro partido deve ser", num período em que o PS está a definir a sua liderança, mas apelou a "uma relação construtiva" entre os partidos da esquerda, alertando que "não há todo o tempo do mundo para fazer um debate académico".
Lembrando que "Livre foi o único partido que alertou para a direita ter uma maioria constitucional" nas eleições, Rui Tavares aludiu à garantia dada esta quarta-feira pela IL de que apresentaria uma revisão da Lei Fundamental e recordou que lhe foi dito para não estar "com papões".
"Sabíamos que a IL gosta de motosserras", lembrou Rui Tavares, acrescentando que o partido liderado por Rui Rocha "gosta de mandar gasolina para o fogo", com a proposta dos liberais de o Parlamento avançar com uma revisão constitucional.
"A IL acha que este é o momento correto para apresentar uma revisão constitucional", disse em tom de alerta o líder do Livre, lembrando que a IL, numa proposta anterior previa que "o serviço público de Rádio e televisão deixaria de estar garantido", tal como aconteceria com "a negociação coletiva de trabalhadores".
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