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Suspeito de esfaqueamento em mesquita de França entregou-se em Itália

 

Suspeito de esfaqueamento em mesquita de França entregou-se em Itália

                        

O homem atacou outro quando rezavam numa mesquita do sul de França na sexta-feira. Segundo o procurador, o crime terá ocorrido por motivação antimuçulmana.

Um homem foi detido em Itália por suspeita de esfaquear um outro até à morte, na sexta-feira, enquanto este rezava no interior de uma mesquita no sul de França, informaram as autoridades francesas esta segunda-feira.

O na segunda-feira: "Posso confirmar que o alegado autor foi de facto a uma esquadra de polícia italiana, perto de Florença, ontem à noite, por volta das 23h00-23h30.", disse Abdelkrim Grini, procurador público da cidade de Ales, no sul da região de Gard. "Sabíamos que ele tinha deixado França... Era apenas uma questão de tempo até lhe deitarmos a mãos", acrescentou em declarações à BFM TV.

O procurador admitiu que "a motivação antimuçulmana é a pista preferida (...) mas também há elementos na investigação que sugerem que havia outras motivações" para realizar o ataque. "Talvez um fascínio pela morte, para ser considerado um assassino em série", sugeriu.

Segundo explicou na sexta-feira o procurador, "dois homens estavam sozinhos dentro da mesquita, ocupados a rezar, quando um deles esfaqueou o outro várias dezenas de vezes por volta das 08:30, antes de o deixar para morrer e fugir".

A vítima, com cerca de 20 anos, terá sido esfaqueada "40 ou 50 vezes", segundo a primeira análise do corpo, que terá de ser esclarecida pela autópsia, frisou o procurador, indicando que o jovem "frequentava regularmente" esta mesquita, enquanto "o alegado agressor não frequentava o local e aparentemente nunca lá tinha estado".

Perante o corpo do fiel morto, o alegado homicida foi ouvido a confessar o crime e a insultar Alá, palavra utilizada no árabe para designar Deus, num vídeo que ele próprio filmou com o telemóvel logo após o ataque com uma faca, disse uma fonte próxima do caso à AFP, no sábado.

Esse vídeo foi gravado antes de se aperceber que também estava a ser filmado pelas câmaras de vigilância no interior da mesquita na comuna de La Grand-Combe, no departamento de Gard, a cerca de 10 quilómetros da cidade de Alès, adiantou a mesma fonte.

"Vou ser preso, é certo", disse o homem, após se aperceber das câmaras de vigilância.

O Presidente francês afirmou no domingo que "o racismo e o ódio baseados na religião nunca terão lugar em França", na sequência deste ataque.

"A liberdade de culto é inviolável", disse Emmanuel Macron, numa mensagem partilhada na rede social X, em que expressou ainda "o apoio da Nação" à família da vítima e “aos compatriotas da fé muçulmana".

A França tem a maior população muçulmana da Europa, com mais de 6 milhões de pessoas, o que representa cerca de 10% da população do país.

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